Considerando minha experiência como coordenadora da Residência Médica, na Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo - instância da qual participo há mais de 30 anos -, bem como minha ênfase ao olhar em direção à Educação Médica, só poderia me orgulhar pelo fato de a Casa a qual presido lançar sua primeira revista científica, destinada, em essência, ao médico em início de carreira: a Journal of Medical Resident Research (JMRR).

Derivada de profícua publicação assumida no passado pelo Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) e, depois, pela Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), a JMRR aceita e estimula manuscritos de todos os colegas dispostos a acrescentar conhecimento e experiência acadêmica à nossa profissão, nos âmbitos técnico, ético, bioético e deontológico. Por outro lado, privilegia médicos em formação, sem o preconceito de pensar que a falta de experiência significa ausência de conteúdo, já que esses nos brindam com entusiasmo e pontos de vista arrojados, tão típicos da fase.

Nesta primeira edição, por exemplo, entre outros manuscritos, são observados os esforços de grupos que, em uma frente, buscam entender a motivação de seus pares em aderir a uma Liga Acadêmica, adotada hoje como atividade complementar no curso de Medicina. Em outra, decifrar os meandros da ideação suicida em meio a estudantes, assunto sério a ser entendido e enfrentado. Para dar uma ideia, na amostra de participantes dessa pesquisa, quase 22% apresentavam o risco de tirar a própria vida.

Ao lidar com temas assim, e, ainda, implantar um novo conceito de publicação no Cremesp, característico de ambientes universitários e de pós-graduação, o Conselho assumiu o grande desafio de adentrar no mundo da editoria científica, que é mantido vivo por dedicados pesquisadores e revisores, sem os quais não se faz Ciência de qualidade em lugar nenhum.

Não é um caminho simples, pois conta com especificidade e profundidade diferentes da vivenciada no dia-a-dia da - não menos relevante - assistência em consultório, hospital, PS, UTI, UBS e clínicas. Porém, enfrentar os desafios da pesquisa científica é algo imprescindível para viabilizar novas descobertas que, por sua vez, podem impactar justamente a prática clínica.

Sem dúvidas, o privilégio é deste Conselho de abraçar a ideia, apoiá-la e levá-la à frente, incentivando àqueles que têm interesse em compartilhar seus estudos a usarem esse meio que, se depender de dedicação, esmero, cuidado e vontade, em breve estará indexado nas melhores plataformas científicas.

Vamos aos trabalhos!

Irene Abramovich
President of Cremesp

Considering my experience as coordinator of the Medical Residency at the São Paulo State Health Department-an instance in which I have been participating for over 30 years-, as well as my emphasis on looking toward Medical Education, I can only be proud of the fact that the medical board over which I preside is launching its first scientific journal, aimed, in essence, at physicians at the beginning of their careers: the Journal of Medical Resident Research (JMRR).

The JMRR, which derives from a fruitful journal published in the past by the Regional Council of Medicine of the State of Paraná (CRM-PR) and, later, by the National Association of Medical Residents (ANMR), accepts and encourages manuscripts from all colleagues willing to add knowledge and academic experience to our profession, in technical, ethical, bioethical, and deontological fields. On the other hand, it favors doctors still in training, without assuming the prejudice that lack of experience means absence of knowledge, since they provide us with enthusiasm and bold points of view, typical of this phase.

In this first edition, for example, among other manuscripts, we see the efforts of authors that seek to understand the motivation of their peers to join an student interest group, adopted today in Brazil as a complementary activity in the medical course. In other article, we see the intricacies of suicidal ideation among students, a serious matter to be understood and faced. In the sample of participants in this research, for example, almost 22% were at risk of taking their own life.

When dealing with themes like these while also implementing a new concept of publication in Cremesp, characteristic of university and graduate environments, the Council accepted the great challenge of entering the world of scientific publishing, which is kept alive by selfless researchers and by dedicated reviewers, without whom quality Science cannot be done anywhere.

It is not a simple path, as it has a different - but not less relevant - depth and specificity, as compared to the day-to-day clinical practice in the office, hospital, emergency wards, ICU, and primary care settings. However, facing the challenges of scientific research is essential to enable new discoveries that, in turn, can affect the clinical practice.

Undoubtedly, the Council has the privilege of embracing the idea, supporting it and taking it forward, encouraging those who are interested in sharing their studies to use this medium provided by Cremesp, which, if it is up to dedication, will, and care, will be soon indexed in the best scientific databases.

Let's get to work!

Irene Abramovich
President of Cremesp